segunda-feira, 8 de junho de 2015

O Jockey Club visto pela Revista Fon Fon de 1907.

Um manifesto publicado, sem assinaturas, no “Jornal do Commercio” de 6 de março de 1847 foi o início da edificação do turfe no Rio de Janeiro. Dele originou-se a criação do “Club de Corridas” , uma sociedade anônima , com capital de quarenta contos de réis , que adquiriu um terreno alagadiço, entre São Francisco Xavier e Benfica, nas cercanias da cidade . 
 

Ali instalou o “Prado Fluminense”, primeiro hipódromo do Rio de Janeiro. A empresa sobreviveu pouco mais de três anos e o Major João Guilherme Suckow, um de seus inspiradores, reembolsou os demais acionistas, tornando-se o possuidor de seu patrimônio imobiliário.


O Club de Corridas patrocinou uma única reunião no Prado Fluminense, no dia 1° de novembro de 1850, cujo programa foi publicado na imprensa na mesma data. Dias antes havia sido divulgado o regulamento que chama a atenção pelas curiosidades, entre as quais o artigo oitavo, que proibia o comparecimento de pessoas descalças e sentenciava à morte qualquer cachorro que aparecesse no hipódromo. 

 

O vencedor do primeiro páreo formal no Rio de Janeiro foi o animal “Malacarinha”, pertencente ao Sr.Manoel da Rocha Maia, montado pelo jóquei D.Thomas, que envergava “jaqueta e boné azul escuro”. Em 16 de Maio de 1869, o Jockey Club realizou sua primeira reunião. Estiveram presentes o Imperador D.Pedro II , D. Thereza Christina e cerca de 4.000 pessoas.


O primeiro e o quinto páreos foram ganhos pelo animal “macaco”, de criação e propriedade do Comendador Francisco Pinto da Fonseca Telles, Barão de Taquara. Ele havia sido membro da primeira diretoria do extinto Club de Corridas e seu haras era localizado em Jacarepaguá, nas cercanias do Rio de Janeiro.

 


Fundadores do Jockey Club:

- Conde de Herzberg - Felisberto Paes Leme - Fernando Francisco da Costa Ferraz
- João Guilherme Suckow - Joaquim José Teixeira - Henrique Germack Possolo
- Henrique José Teixeira - Henrique Lambert - Henrique Moller - Luiz de Suckow

O Jockey e o Derby Club mantinham um acordo para efetuar corridas em datas alternadas, de modo que as reuniões de um não prejudicassem as do outro. O sucesso do Hipódromo da Gávea não vinha sendo suficiente para saldar as dívidas contraídas para sua construção. Assim o Jockey Club deliberou passar a realizar carreiras todos os domingos rompendo um acordo com o Derby Club.

Em dezembro de 1930 tal decisão foi comunicada e várias “démarches” encetadas, mas não foi possível um acordo e os dois clubes passaram a competir. A preferência dos turfistas pela Gávea asfixiou o Prado Itamaraty. Após um ano de confabulações, a fusão das duas sociedades foi pactuada em janeiro de 1932. As assembléias que consubstanciaram a união realizaram-se em 23 e 24 de maio do mesmo ano. Estava fundado o Jockey Club Brasileiro.




O ano de 1932 marca o nascimento do Jockey Club Brasileiro, sob a condução de Linneo de Paula Machado, e o início de uma escalada do turfe, no Rio de Janeiro, que perdura por três décadas. A reunião inaugural do novo Jockey Club Brasileiro, nascido da fusão do Derby e do Jockey Club Brasileiro, nascido da fusão do Derby e do Jockey Clubes, foi realizada em 29 de maio de 1932, no Hipódromo da Gávea.

( Texto do livro - Jockey Club Brasileiro 130 anos, de Ney Carvalho )




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