segunda-feira, 8 de junho de 2015

As Pastorinhas do Rio de Janeiro no Bairro da Piedade em 1910.

As Pastorinhas foram introduzidas no Brasil pelos jesuítas no século XVI.

Esse bailado folclórico de origem portuguesa compõe-se de representações coloridas e movimentadas com cantos e danças dramatizados  principalmente por moças.

O enredo principal seria a visita dos pastores, no caso do bailado, em sua maioria "pastoras", que seguem a Belém com o intuito de homenagear o menino Jesus, por isso a maior incidência de representações tem as festas natalinas por referência.

Câmara Cascudo, ao inserir o verbete “pastorinha”, o remete ao “pastoris” onde aponta que “em Pernambuco e no Nordeste em geral, os pastoris são cordões, feitos em geral aos sábados, do Natal até as vésperas de carnaval, indo as pastoras divididas em duas filas paralelas: uma chamada cordão azul e outra cordão encarnado”. 




Outra informação importante é de que a “inclusão do nome ‘cordão’ no pastoril denuncia a influência poderosa da dança e música profana”ao bailado.

Sobre as alterações ocorridas o referido autor descreve que “os pastoris foram evoluindo para os autos, pequeninas peças de sentido apologético, com enredo próprio, divididos em episódios, que tomavam a denominação quinhentista de ‘jornada’”.

Assim sendo esse bailado natalino foi se difundindo pelo Brasil afora e teve grande difusão no Nordeste e Sudeste do Brasil devido à atuação da Companhia de Jesus. Mesmo depois da expulsão dos Jesuítas,  com o passar dos anos,  o  bailado  foi  se adaptando aos contextos em que ia se inserindo.

As moças da comunidade escolhidas para participar do entrecho se distribuem entre o cordão vermelho e o cordão azul, assim como os demais personagens (Fé, Esperança, Caridade, Cigana, Anjo, Diana e Religião); aos homens cabem os papéis de Simão (o velho), Benjamin (o menino) e Luzbel (o capeta).

As Pastorinhas acabam por representar o momento de apresentação das meninas à comunidade, um verdadeiro rito de passagem, onde a dança e a música servem de suporte à tradição local.










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