sábado, 16 de julho de 2016

O Campeonato Sul-Americano de Futebol de 1925.

Numa publicação da Revista O Malho de 1926, portanto há, exatos 100 anos atrás, selecionamos algumas imagens bastante interessantes e, acredito, ainda inéditas para os amigos.


E na Buenos Aires de 1925, apresentamos, o 
Campeonato Sul-Americano de Futebol de 1925.

O Campeonato Sul-Americano de Futebol de 1925, foi a nona edição da competição entre seleções da América do Sul. 





Participaram da competição apenas três seleções: Argentina, Brasil e Paraguai. 

As seleções jogaram entre si em turno e returno. 

A Seleção Argentina foi a campeã.

Apesar de patrocinado pelo Paraguai, o Sul-Americano de 1925 foi disputado na Argentina, uma vez que os paraguaios não possuíam estádio em condições de sediar a competição. 

O técnico escolhido pela CBD foi Joaquim Guimarães. 




Pela primeira vez na história da Seleção Brasileira, um técnico ganhava plenos poderes para convocar os jogadores e escalar a equipe, sem qualquer interferência dos cartolas.

O Brasil viajou com a sua força máxima para disputar a competição que, em função do número de participantes - Argentina, Brasil e Paraguai -, foi disputada em dois turnos. 

O começo não poderia ter sido melhor. O Brasil aplicou uma goleada no Paraguai: venceu por 5 a 2. 




Sentindo-se auto-suficiente, os brasileiros entraram em campo para enfrentar os argentinos e foram goleados por 4 a 1. 

Após a goleada, veio à tona o comportamento boêmio e a desunião dos jogadores brasileiros. 

Segundo o zagueiro Floriano Peixoto em seu livro Grandezas e Misérias do Futebol, após a chegada da delegação brasileira ao Palace Hotel, em Buenos Aires, cada um tratou de seguir seu rumo pela cidade, ora nos cinemas e teatros, ora à procura dos aperitivos e mulheres dos cabarés, principalmente o Tabaris, o Flórida e o Armenonville. 

Treinos, alimentação e repouso passaram a ser secundários. - Na véspera do jogo contra os argentinos, tínhamos passado a noite rodando pelos cabarés, em meio a muita bebida, tango e "chicas" (mulheres) - relata Floriano Peixoto. 

Diante do acontecido, Renato Pacheco, chefe da delegação, e Joaquim Guimarães 
passaram a vigiar de perto os atletas, mas pouco adiantaria. O pior já tinha acontecido. 

Na partida seguinte, nova vitória sobre o paraguaios, por 3 a 1. 

Veio o segundo jogo contra os argentinos. Saímos na frente com gols de Friedenreich e Nilo. Ainda vencíamos por dois a zero, quando Friedenreich foi lançado completamente livre na entrada da área. 

Quando ia finalizar, o zagueiro Muttis deu uma entrada desleal pelas costas e ele 
revidou com um pontapé. Muttis respondeu com um soco. O episódio gerou uma briga entre os jogadores. 

Aproveitando-se do tumulto, a torcida argentina, que invadiu o campo aos gritos de "macaquitos", agrediu covardemente os jogadores brasileiros. 

Ânimos serenados, a partida prosseguiu, mas, abalados, não resistimos à pressão dos argentinos e cedemos o empate. 

Em conseqüência, ocorreram algumas passeatas de protesto na Avenida Rio Branco. 

Em seguida, o Palácio do Itamarati chegou à conclusão de que o futebol 
não aproximava os povos: o melhor era o Brasil não disputar mais nenhum campeonato sul-americano. 

De 1925 até 1928 o Brasil não disputou qualquer competição ou partida amistosa contra seleções estrangeiras.

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