Ruas sem limpeza. aguas estagnadas, grama alta, lixo ...
Sendo isto, infelizmente,
dolorosa verdade, attestada de visu por nós e pelos que quiserem dar pequeno
passeio de inspecção á cidade, resolvemos soltar o nosso grito de alarma,
valendo como protesto energico, estas linhas que serão lidas pelos que desejam
tambem o nosso progresso.
Como se entregar
á sua sorte, ao léo, á indifferença criminosa, uma grande porção da cidade e na
parte em que é ella mais visitada?
Copacabana, o
salão magestoso do Rio de Janeiro, constitue o fundo de um quadro unico,
de esthetica impressionante e excepcional.
Será
admissivel a falta de limpeza, os buracos, as aguas estagnadas , a grama alta, o
lixo, a absoluta carencia de hygiene que notadas em certas ruas deste bairro?
Depois, como
se estivessemos nos langinquos sertões mattogrossenses, ou nas praias barrentas
acreanas, vêem-se, a solta cavallos, cabras, cães, galinhas. gozando as
delicias da liberdade e infeccionando a atmosphera,
deixando, no percurso que fazem, vestigios inequivocos e nojentos de que são a
cauza — as franquias de que gozam, por parte doa agentes da Prefeitura.
Dizem que
atravessamos época morbida, falla-se da varíola, da escarlatina, etc. Estando
numa transição de estação, como não se ponderar tudo isto.
Não pagamos
impostos, não somos, todos nos, contribuintes das rendas que, em globo, são bem
vultuosas na receita municipal? Onde se esgotam as energias mondarias, a renda
das taxas que pagamos?
Clamando
contra taes anomalias vem de ha muito o Beira-Mar — vigia incondicional da vida
e da propriedade urbanas.
Na praça
Cardeal Arcoverde, na rua Barata Ribeiro, pouco adiante da ladeira do Leme e
nas circumvizinhanças da Chacrinha existe mais lixo do que na Sapucaia.
Exaggeramos?! Não. A época é doentia, de febres de mão caracter, não convem
confiar demasiado na pureza benefica, natural do nosso clima, de nossas praias.
E uma onça de
prevenção vale arroubas de curas ou de medica-mentos em appIicacão.
Previnamo-nos
contra os miásmas deleterios que possam entrar no ar que respiramos; a poeira,
as aguaa estagnadas, a lama, os mosquitos são fócos de molestias, de luto e de
tristezas.
Abandonada,
sem o interesse e o carinho que merecem a, cousas publicas, como se fossem
réstuilius, vemos certas ruas de Copacabana — o bairro do bom tom da cidade
mais culta da America Meridional.
Senhores
da Hyglene, em prol da cidade, em memoria do vulto sagrado que foi Oswaldo Cruz
— um pouco de attenção aos bairros da cidade que vive attonita e apprehensiva
diante da inercia criminosa da Saude Publica.
Texto reproduzido na íntegra, sem correção ortográfica, mantendo-se a grafia da época
Texto reproduzido na íntegra, sem correção ortográfica, mantendo-se a grafia da época
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